Construtoras pedem revisão de valores por atraso de 5 anos na obra

Deni Zolin

Construtoras pedem revisão de valores por atraso de 5 anos na obra

Foto: Deni Zolin

Iniciada em 16 de dezembro de 2014, ainda no governo Dilma, com a promessa de ser concluída até dezembro de 2017 ao custo de R$ 309 milhões, a obra de duplicação dos 14,5 km da Travessia Urbana de Santa Maria está prestes a completar 8 anos. Atualmente, 96% dos trabalhos estão prontos, mas um dos trechos que faltam ser concluídos é um dos mais fundamentais para a obra: o Trevo da Uglione, que só tem um dos viadutos prontos e segue com congestionamentos em horários de pique.

Apesar da nova prorrogação de prazo até julho de 2023, com promessa de agilização das obras, não foi isso o que ocorreu nos últimos meses. Os trabalhos seguem lentos, e não é por falta de verbas. Segundo a coluna apurou, um dos motivos é a dificuldade financeira de duas das construtoras, Sultepa e Sogel, que estão em recuperação judicial. O outro é que elas estão cobrando do governo federal uma verba extra para compensar o prejuízo que tiveram devido ao grande atraso das obras. O termo técnico disso é revisão de projeto em fase de obra, o que na prática, se for aceito, seria o ressarcimento pelos gastos extras das construtoras ao longo desses 5 anos a mais de obras do que o previsto. O pedido está sendo analisado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Se for acatado, será feito um cálculo para o pagamento futuro às empresas.

É que, quando foram contratadas ao valor total de R$ 309 milhões, as empresas previam gastos para manter canteiros de obras, o que inclui luz, água, aluguéis, segurança e limpeza, além de equipes de apoio, como engenheiros e técnicos, durante apenas três anos (36 meses).

Como a União só repassou R$ 200 milhões nos primeiros três anos, as obras ficaram inacabadas e tiveram de seguir, totalizando agora 8 anos (96 meses). Esses gastos fixos para manter canteiros de obras, funcionários e até fazer manutenções da rodovia ao longo de mais 5 anos não eram previstos no contrato. É o ressarcimento disso que as construtoras pediram recentemente. Uma fonte ouvida pela coluna diz que até as indenizações trabalhistas acabam pesando na conta das construtoras:

– A empresa se programa para contratar um engenheiro por quatro anos, mas daí tem de ficar com ele 10 anos para fazer a mesma obra porque o governo não repassa as verbas necessárias. Imagina o que vai aumentar o valor de indenização para demiti-lo depois. Se não houver essa revisão de valores, a obra pode dar prejuízo para a empresa – afirmou.

Apesar de o Dnit informar que para 2022 tinha toda a verba necessária para ser concluída a duplicação da Travessia, a falta desse ressarcimento e as dificuldades financeiras podem ser os fatores que fazem com que as construtoras estejam tocando as obras com ritmo lento. Caso o Dnit aprovar esse pagamento por tempo extra de obra, o que ainda não tem data para ser avaliado, é possível que as obras sejam agilizadas.As construtoras Sultepa, Sogel e Continental não costumam falar sobre a obra.

Relembrando: em junho passado, o Dnit optou por prorrogar o prazo da obra por mais 1 ano, pois se rompesse o contrato com as construtoras, poderia levar de 3 a 4 anos para contratar outras empresas e retomar as obras.

O que falta construir e os próximos passos da obra

Lote 1 – Do Castelinho até a Reta da Urlândia

O que falta fazer – Concluir o segundo viaduto da Uglione, um viaduto na rotatória da Uglione e a trincheira (pista abaixo do nível do solo no sentido Itaara-São Sepé e vice-versa), além de colocar uma última camada de asfalto em uma das pistas até o CastelinhoPróximos passos – Estão sendo preparadas as estruturas do segundo viaduto. Em 15 de dezembro, serão içadas 4 vigas de 46 metros de comprimento (120 toneladas cadas) e 4 vigas de 26 metros (que ligarão um pilar ao outro). Serão necessários dois guindastes. Só após isso, será possível continuar a escavação da trincheira no trecho entre Uglione no sentido à Duque, e seguir com a construção do segundo viaduto da rotatória (que ficará acima da trincheira). Além disso, se houver verba, pode ser colocada a camada de asfalto que falta da Uglione ao Castelinho ao mesmo tempo. A previsão atual é concluir tudo até julho de 2023, porém, se o Dnit não aprovar a verba extra por causa do atraso de obra, há maior risco de novo atraso

Lote 2 – Da Urlândia ao Arroio Taquara, perto da Ulbra

O que falta fazer – Concluir a passagem inferior da Rua Capitão Vasco da Cunha e a da Urlândia, além da passarela do bairro São João, e colocar última camada de asfalto e iluminação em alguns trechos, além de revitalizar a passarela da UrlândiaPróximos passos – Na passagem inferior da Vasco da Cunha, estão sendo feito lentamente o aterro de um dos lados. O Dnit espera que, até o final do ano, o trânsito seja liberado nos dois sentidos sobre essa passagem inferior, faltando para concluir em 2023 a parte inferior. Já na passagem inferior da Urlândia, os trabalhos são feitos lentamente fora do local, preparando caixas de madeira para concretagem de estruturas. Ela deve ficar pronta ao longo do 1º semestre de 2023, em data ainda incerta. O mesmo prazo é para concluir a passarela do bairro São João e para colocar a última camada de asfalto e a iluminação em alguns trechos

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